Sejam bem vindos ao mundo da Fìsica!

domingo, 27 de maio de 2012

8 Mitos sobre Cientistas


Não pude deixar de compartilhar com os caríssimos e amigos leitores estes oito mitos sobre cientistas, que encontrei no Tumblr The Mighty Ribozyme (originalmente publicado na ScienceMag por Adam Rubben).
Duvido não perceberem uma identificação tremenda imediatamente! OBS: Adicionei algumas observações pessoais em itálico
Divirtam-se!

Mito #1: Cientistas frequentemente fazem importantes descobertas
Realidade: descobertas científicas são agonizantemente lentas (e não raramente surgem sem planejamentos). “A única vez que eu corri pelado pelas ruas gritando ‘eureka!!’ foi quando eu esqueci de reabastecer meu frasco de medicamentos.”

Mito #2: Cientistas trabalham isoladamente
Realidade: Cientistas são mais orgulhosos de estabelecerem colaborações do que de seus resultados. A maioria dos discursos científicos terminam com um slide listando todos os colaboradores, como pequenas medalhas de honra. Quanto menos similar for o campo de estudo do colaborador, mais orgulhoso fica o cientista. “Pois é, eu até posso ter descoberto a cura da tuberculose”, um cientista irá dizer, “mas com o que eu fiquei mais animado é esta nova colaboração um poeta islandês!!”.

Mito #3: Cientistas possuem habilidades úteis
Realidade: Cientistas possuem habilidades úteis no laboratório (e nem isso é regra! quem nunca teve um colega COF COF que quebrava toda vidraria, estragava as cubas de eletroforese ou deixava cair reagentes no chão?). Porém, você nunca deveria permitir que um físico providencie a fiação da sua casa (ou deixar um decorar seu apartamento… provavelmente vai ser tomado por miniaturas de bonecos de Star Wars e banners de Star Trek, fora umas toalhas aleatórias, para parecer muito inspirado pelo Mochileiro das Galáxias, né?! XD).

Mito #4: Cientistas seguem o método científico como ele foi ensinado no ensino médio: Observação, Questionamento, Pesquisa, Hipótese, Experimento, Conclusão.
Realidade: A forma que os cientistas trabalham se parece mais com isso: Mexericar, Encontrar Algo Estranho, Repetir o Teste, Não Acontece uma Segunda Vez, Se Distrai Tentando Fazer com que Aconteça Novamente, Ir para a Sala do Café (substituível por tomar muitos litros de "alguma substância diferenciada" em um canto inóspito), Relembrar o Propósito Inicial da sua Pesquisa, Recomeçar, Submeter Pedido de Financiamento para um Melhor Instrumento (faltou dizer que manda os alunos da graduação e pós graduação fazerem isso), Publicar Alguma “Babaquice” Provisória, Perceber que Alguém já Tinha Publicado Babaquice Semelhante Antes, Ter Crise Existencial e Descontar nos Orientados, Levar o seu Laboratório para uma Nova Direção, Submeter Pedido de Financiamento para esta Nova Direção, Colaborar com um Poeta Islandês, Tomar Café com um Poeta Islandês (acho que poetas islandeses devem gostar de  "alguma substância diferenciada" também, nada como uma companhia em um canto inóspito), Co-escrever um Ode Cientificamente Acurado sobre as Morsas, Se Interessar por Algo Não Relacionado, Solicitar Financiamento para Algo Não Relacionado, Perceber que Já se Passaram 20 Anos.

Mito #5: Experimentos sempre rendem dados que ensinam ou revelam alguma coisa.
Realidade: Digamos que você está fazendo um experimento com cinco camundongos. Estes camundongos se tornarão amarelos ou azuis. Então você entra no laboratório, esperando ver cinco camundongos amarelos, o que apontará para uma explicação, ou cinco camundongos azuis, o que apontará para a outra. Ao invés disso, você verá um camundongo amarelo, um verde, um listrado, um xadrez (morto), e outro que, de alguma forma, costurou para si próprio uma jaquetinha azul, apesar de ele não curtir usá-la o tempo todo (provavelmente este camundongo criou a habilidade de fazer risos irônicos também, mas isso fica meio complexo de explicar assim, do nada)(ah, o fato de conseguir perceber os risos irônicos fica fora de cogitação).

Mito #6: Uma tragédia pessoal pode tornar um cientista maldoso.
Realidade: Poucos cientistas são legitimamente maldosos, apesar de este número aumentar se você pedir para alunos de pós-graduação caracterizarem seus orientadores (por “tragédia pessoal”, leia-se a não aprovação de um requerimento de financiamento para projeto, ou um artigo rejeitado, ou mesmo falta de café). Além disso, é realmente difícil ser verdadeiramente mau quando você não tem nenhuma habilidade prática (se bem que uma pipeta de vidro poderia fazer um bom estrago… fora os perigos de um laboratório de histologia!).

Mito #7: Um cientista pode ser proficiente em todos os ramos da ciência.
Verdade: Qual era exatamente a disciplina em que o professor de “A Ilha dos Birutas” era especializado? Química? Engenharia Mecânica?  Construção de transistor baseada em cocos?  Qualquer fosse o momento que um problema precisasse de solução, o professor sabia exatamente o que fazer. Aquele cara podia fazer qualquer coisa. Exceto um barco. Pessoas não muito familiarizadas com ciência (e mesmo as familiarizadas) acreditam que cientistas podem dominar qualquer assunto. É por isso que volta e meia nos perguntam acerca de nossas opiniões sobre novidades científicas, às quais simplesmente respondemos “humpf, pois é, veja bem, eu sei que sou filogeneticista molecular, e que sua história era sobre filogenia molecular, mas, errrrr, eu sou um tipo diferente de filogeneticista molecular” (situações mais corriqueiras seriam algo como “VOCÊ QUE É BIÓLOGO, o que é essa plantinha que está crescendo na rachadura do meu muro? hein hein?”, ao que o cientista responde “pois é, eu trabalho na verdade com ecologia de peixes bentônicos…eu não sei o que é sua plantinha”. Obviamente a réplica seria “mas você não deveria saber de todas essas coisas biológicas??”).

Mito #8: Cientistas não são sexies
Verdade: Cientistas são, sim, muito sexies! Não apenas nossos jalecos nos fazem parecer mais elegantes e charmosos (se limpos então, fica um chuchu de lindo!), como estes mesmo jalecos ficam ainda melhores posicionados sobre uma lâmpada enquanto te conquisto por completo (clima romântico!).

sábado, 26 de maio de 2012

Utensílio de Utilidade Semi-Útil



Douglas Adams pode ter sido o primeiro a chamar a atenção para as múltiplas utilidades da toalha, mas não foi o primeiro a levar a sério esse banal pedaço de tecido felpudo, encontrável em (quase) todo banheiro. Diversos inventores tentaram aperfeiçoar esse utensílio têxtil, úmido e às vezes bolorento aplicando-lhe utilidades extra-banho.

Um "gênio", ou quase isso, seguindo este preceito desenvolve algo que mantém a toalha o mais intacta possível, o que permitiria seus múltiplos usos em situações interestelares. Convertible Towel Costume (Traje de Toalha Conversível) foi a elegante ideia de Charlotte B. Dike:

Fig. 1: Patente "útil"?!
A presente invenção relaciona-se a aperfeiçoamentos em artigos de toalhamento (toweling, no original) que pode ser convertido para funcionar como vestuário e, em particular, como uma toalha aprimorada, de baixo custo, que provê a total utilidade, aparência e proporções de toalhas de banho convencionais e que é adaptada para pronta conversão em um vestido com estilo de capa.

Note-se a referência à “total utilidade” de uma toalha comum. E isso plenamente registrado numa patente (nº.3.013.274) de 1961! Nativa de Stoneham, Massachussets Ohio, Mrs. Dike provavelmente deve ter sido uma MOCHILEIRA!

Entre as justificativas, ela admite que a reutilização de toalhas como vestimenta não é original. Já havia patentes anteriores tentando lidar com as múltiplas utilidade de uma toalha, mas Mrs. Dike é a única a reconhecer que todas essas invenções foram “inspiradas por um comum e ainda mais antigo expediente de banhistas na formação de vestimentas temporárias enroladas com toalhas.”

No entanto, ela critica o uso de buracos à guisa de gola ou de toalhas com tamanho desproporcional, o que atrapalha a principal utilidade de uma toalha — o enxugamento. Para evitar a perda de utilidade banhísticas, a inventora propõe o uso não de uma, mas de duas toalhas, ou melhor:

"duas seções de material macio de enxugamento cada um em forma retangular, tendo uma largura levemente em excesso em relação ao ombro e comprimento levemente em excesso em relação ao tronco [...] Essas duas seções são permanentemente presas em relação às extremidades, com uma sobreposição predeterminada entre as ditas extremidades, por curtas linhas de costura que formam suturas estendendo-se de cada uma das laterais uma pequena distância no sentido do mas não até o centro. A porção central não cosida forma, assim, uma pequena área de superfícies sobrepostas. No interior dessas superfícies dispõe-se um número de pequenos botões metálicos que cooperam no fechamento da superfícies que se confrontam."
Assim, nada de zíperes ou botões visivelmente expostos e que poderiam te machucar no uso pós-banho (embora essa seja uma utilidade que talvez fosse útil em lutas contra bestas extraterrestres). Adicionalmente, há botões para ajudar a fechar a parte lateral, ou então pode se usar cordas (podendo ser úteis em alguma outra hora) para amarrar as laterais. Opcionalmente, pode haver bolsos, sempre muito úteis, seja você um(a) viajante intergalático(a) ou não.

Ah, sim! Se você é, com o perdão do pleonasmo, um mochileiro do sexo masculino (ou qualquer outro que exista ou venha a ser descoberto na galáxia), "DON'T PANIC" Embora pareça um vestidinho sexy, o traje-toalha de Dike encaixa-se perfeitamente na moda da região mais brega da Galáxia, deixando todos com aparência ridícula.

Mas quem disse que um mochileiro precisa parecer sério?

sexta-feira, 25 de maio de 2012

FELIZ DIA DA TOALHA!

Um blog voltado para coisas científicas (nerds) não poderia deixar este dia tão importante passar em branco...

Por isso segue aí algumas explicações, citações, colocações, notificações, pontos importantes sobre este dia tão interessante!
Fig. 1: Infográfico da toalha

Como já dizia o Guia do Mochileiro das Galáxias:

"A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você – estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.

Porém o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc, etc.

Além disso, o estrito terá prazer em emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha “acidentalmente perdido”. O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terríveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito"


Ergam seus polegares e tragam suas toalhas, pois iremos dar uma volta neste imenso universo Douglas Adams'niano!

Se analisarmos o dia de hoje: 25/05/12 atentamente podemos perceber que:
25 + 05 + 12 = 42. O.o

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Como colonizar a Galáxia em 16 lições

Pioneiro da astronáutica e da exploração espacial, antes mesmo da criação de foguetes, o russo Konstantin Eduardovich Tsiolkovsky publicou esse roteiro para a colonização do espaço em 1926

1. Criação de aeronaves-foguetes com asas
2. Aumento progressivo da velocidade e altitude dessas aeronaves
3. Produção de verdadeiros foguetes, sem asas
4. Capacidade de pousar na superfície do mar
5. Alcançar a velocidade de escape (cerca de 8 km/s) e lançar o primeiro voo em órbita da Terra
6. Ampliar a duração dos voos de foguetes no espaço
7. Uso experimental de plantas para produzir uma atmosfera artificial em espaçonaves
8. Uso de trajes espaciais pressurizados para atividades no exterior de espaçonaves
9. Construção de estufas orbitais para plantas
10. Construção de grandes hábitats orbitais ao redor da Terra
11. Uso de radiação solar para produção de alimentos, aquecimento das moradias espaciais e para transporte através do Sistema Solar
12. Colonização do Cinturão de Asteroides
13. Colonização de todo o Sistema Solar
14. Conquista da perfeição individual e social
15. Após a superpopulação do Sistema Solar, colonizar a Via Láctea
16. Quando o Sol começar a morrer, as pessoas que permanecerem no Sistema Solar mudam-se para outros sois.

Conscientemente ou não, até agora seguimos seus conselhos. Já cumprimos, meio que toscamente, 7 dos primeiros passos (precisamos utilizar logo as plantas como fonte de oxigênio). As cinco primeiras etapas foram cumpridas com grande rapidez, mas logo empacamos no passo 6 que tem sido cumprido de modo excessivamente cauteloso e parece bastante atrasado.

A exploração dos asteróides, anunciada recentemente pela empresa Planetary Resources pode ser um negócio precipitado. De acordo com Tsiolkovsky, esse seria o 12º passo e deveria ser tentado apenas depois de conseguir sucesso a construção de diversas estações espaciais, de prolongadas permanências no espaço e do uso da energia solar para sustentar todos os sistemas de sobrevivência fora da Terra. Nada disso foi conseguido e pode ser que o programa da Planetary Resources falhe por não seguir o roteiro de vovô Tsiolkovsky.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Química galáctica revela composição e idade das estrelas


Fig. 1: Dr. Prof.  Walter J. Maciel
Atestado de Físico pela foto
Assim como o vento sopra a poeira na Terra, os ventos estelares sopram matéria para fora das estrelas ao longo da vida desses astros. O vento estelar interessa aos astrônomos porque é um fenômeno preliminar do que vai ocorrer no fim da vida da estrela. Esse vai-e-vem dos elementos no meio interestelar compõe uma área de estudos conhecida como evolução química das galáxias.
Esse estudo, de como os elementos químicos mudam com o tempo e com a posição dentro das galáxias, é o tema de interesse de um grupo de pesquisadores brasileiros, coordenado pelo professor Walter Junqueira Maciel, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP. Este professor é mais um físico mineiro, ele nasceu na cidade de Cruzília.

O foco do projeto são as estrelas centrais das nebulosas planetárias. "As mudanças vão depender da evolução com o tempo. Então, precisamos saber qual é a idade delas. Estamos calculando as variações da composição química, mas precisamos saber a que época da vida da galáxia elas se aplicam", disse Maciel.

"A composição química atual da Via Láctea é diferente de 5 bilhões ou de 10 bilhões de anos atrás. Precisamos estudar objetos que tenham idades correspondentes a cada uma das fases da vida da galáxia e, para isso, é preciso calcular as idades de cada objeto em estudo", explicou.


Fig. 2: Vento Estelar
VENTOS ESTELARES

As estrelas centrais de nebulosas planetárias estudadas pelo grupo do IAG são fases muito evoluídas da vida de estrelas como o Sol. Ao observar essas estrelas, os pesquisadores obtêm informações que ajudam a testar e aperfeiçoar modelos de evolução e de estrutura de estrelas já descritos pela ciência.

Fig. 3: Graziela R. K. Rodrigues 
"Elas já perderam todo o 'envelope', isto é, a nebulosa planetária que estava ao redor delas. O que mostram agora em sua superfície é a composição química que antes ficava dentro da estrela, algo que não conseguimos enxergar", explica Graziela Roswitha Keller Rodrigues. O trabalho de Graziela consiste em descobrir a composição química dos ventos estelares e qual a influência dessa composição no processo de perda de material estelar.

A perda de material por meio dos ventos estelares se relaciona com a luminosidade das estrelas e, basicamente, é a decomposição da luz, por meio de espectroscopia, que conta do que uma estrela é feita. Com isso, os cientistas calculam a metalicidade, ou seja, quais os elementos químicos a formam e em que quantidade. Esses dados podem ser usados para estimar a idade das estrelas.

Uma hipótese científica para explicar os ventos é a pressão de radiação: a luz gera uma pressão, empurrando o material das camadas mais externas da estrela. "Dependendo do elemento químico que estiver naquele material, a luz vai empurrar menos ou mais vento. Se soubermos quais são os elementos químicos presentes, podemos dizer se um modelo é capaz de gerar ou não a perda de massa que a gente observa", disse Graziela.

Baseado no artigo de Janaína Simões
Fonte: Inovação Tecnológica

terça-feira, 8 de maio de 2012

Como funciona a Tecnologia 3D?

Fig. 1: Tecnologia 3D avançada (O Chamado)

Hoje em dia ouve-se muito falar da tecnologia 3D muito utilizada em filmes, games, agora televisões empregando este processo, mas afinal o que é a tecnologia 3D?

A realidade em três dimensões teve seus princípios de criação e suas primeiras experiências a mais de meio século. Para se ter uma ideia em 1952, nos Estados Unidos, foi exibido o primeiro filme em 3D nos cinemas. Claro, que nada como é nas modernas salas de hoje em dia, mas a experiência de ter a impressão de ver as imagens saindo da tela, ainda que precária, causou furor no público.

Assim, durante toda a década outras experiências foram feitas, mas à época as prioridades eram outras. Era preciso aprimorar o som, o formato de exibição de imagem, reformar as salas de cinema e aprimorar os óculos 3D que, além de ser desconfortáveis, causavam dor de cabeça e enjoo em algumas pessoas.

Mas afinal, como é feito o 3D e por que vemos em três dimensões? Você me perguntaria de novo...

Fig. 2: Imagem antes estereoscopizada
A terceira dimensão não existe, é apenas uma ilusão da sua mente, literalmente. E isso é possível graças a um fenômeno natural chamado estereoscopia. Apesar do nome complicado trata-se apenas da projeção de duas imagens, da mesma cena, em pontos de observação ligeiramente diferentes.

Basicamente a estereoscopia faz com que o seu cérebro, automaticamente, funde as duas imagens em apenas uma e,  nesse processo, obtenha informações quanto à profundidade, distância, posição e tamanho dos objetos, gerando uma ilusão de visão em 3D.

 Para que isso seja possível, no entanto, a captação dessas imagens não é feita de uma forma qualquer. Lembre-se que o efeito 3D é composto por duas imagens projetadas em pontos distintos. Logo, na captação, devem ser filmadas duas imagens ao mesmo tempo. Essa correção de enquadramento é feita por softwares específicos, em tempo real, que reduzem as oscilações na imagem, deixando a composição mais realista.

Fig. 3: Esteroscopia esquematizada
A câmera estereoscópica simula a visão do olho humano. Cada lente é colocada a cerca de seis centímetros uma da outra (já que essa é a distância média entre os olhos de uma pessoa). E nesse processo ainda devem ser controlados: o zoom, o foco, a abertura, o enquadramento (que deve ser exatamente o mesmo) e o ângulo relativo entre elas. Não é uma tarefa fácil ou que você possa fazer na sua casa. Até é possível, mas é um processo bem trabalhoso.

Um truque utilizado pela indústria é filmar através de uma lente e usar um espelho para projetar uma imagem deslocada em uma segunda lente. A imagem refletida é girada e invertida antes da edição do filme. E, por se tratar de um espelho, é preciso fazer ainda as correções de cores e brilhos necessárias para que não dê a impressão de imagens distintas.

E como isso é possível sem os óculos?

A grande sacada do efeito em 3D sem óculos está nas telas de cristal líquido. Quando combinadas lentes especiais (visores autoestereoscópicos) com a maior frequência de transição de imagens, o resultado é a projeção de uma imagem que é captada pelo olho humano como sendo em terceira dimensão.

Como explicamos, a projeção 3D simula a visão do olho humano e, por isso, tanto na captação quanto na projeção, é preciso duas imagens para simular os olhos esquerdo e direito e compor uma única imagem.  Na televisão 3D são geradas duas imagens simultâneas, que vistas através de uma lente no próprio cristal líquido, fazem com que o cérebro perceba apenas uma única imagem, criando a ilusão da terceira dimensão.

Os custos ainda são proibitivos e há muito a ser desenvolvido. Segundo especialistas, os efeitos por enquanto só são perceptíveis de maneira convincente em telas maiores do que 50 polegadas. Além disso, não basta ter uma TV em terceira dimensão é preciso que haja conteúdo sendo produzido também para esse formato. E aí entra em cena também a necessidade de popularização do Blu-ray, mídia que dá suporte a essa alta resolução necessária.

Para quem ainda tem interesse me conhecer um pouco mais sobre estereoscopia, segue um link de um site brasileiro que aprofundou um pouco mais no tema:
http://www.novacon.com.br/sistereo.htm

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Para descontrair um pouco...



Newton X Einsten

Chegando ao céu, Einstein é recepcionado por São Pedro, que o encaminha aos seus aposentos. No dia seguinte, ainda meio aturdido pelos últimos acontecimentos, sai para um passeio, caminhando calmamente pelos jardins envoltos por uma névoa fina e delicada. O lugar é tranquilo, com pouca gente circulando, todos com uma impecável veste branca.
- Parece que o céu não é um lugar muito povoado mesmo – pensou.

Mais adiante, ele avista um senhor sentado em um banco embaixo de uma grande árvore. Uma figura estranha, magro e com uma peruca branca de cabelos encaracolados e compridos. Einstein se aproxima e o cumprimenta.
- Está um lindo dia não?
- O senhor deve ser o famoso Einstein, estou certo? – respondeu secamente o senhor da peruca.
- Correto. Mas como sabia? – perguntou Einstein, surpreso.
- Foi Deus quem me falou ontem que você estava para chegar.
- Deus?
- E quem mais haveria de ser?
- Então podemos conversar com Deus, senhor, senhor…?
- Newton. Isaac Newton.
-Isaac Newton!!! Estou diante de Isaac Newton? Mas é uma honra!

Mas Newton pareceu estar aborrecido com Einstein e não retribuiu o elogio. E em seguida perguntou, em tom áspero.
- Então foi o senhor que minimizou a importância das minhas descobertas?
- Como assim, não estou entendendo… – respondeu Einstein, dissimulando.
- A mecânica newtoniana foi transformada em um caso particular, depois da sua teoria geral da relatividade.
- Puxa, sinto muito se o magoei. Não foi intencional. Sabe como é, a ciência tem que evoluir. Além do mais, cedo ou tarde alguém teria descoberto a mesma coisa.
- Você alterou totalmente o entendimento da gravidade. De onde você tirou aquela ideia de espaço curvo?
- Bem, eu…
- Deixe prá lá. Isso não tem mais importância. Mas eu tinha que falar. Estava engasgado.
- Aceita um mel? – perguntou Newton, tirando um potinho da sacola.
- Não obrigado! Mas a sua teoria é muito importante para a maioria dos casos.
- Obrigado. – e levantando-se com o potinho de mel nas mãos, diz – Agora tenho que ir para minha aula de harpa.

E antes que Einstein dissesse alguma coisa, Newton complementa.
- À tardezinha tem happy hour com Deus no jardim principal. Reunimo-nos todos os dias para jogarmos dados. Não quer ir?
- Mas Deus não joga dados! – exclamou Einstein, surpreso.
- Isto é o que você pensa! Aliás, é a única coisa que se pode jogar por aqui. Cartas é só lá embaixo. Sabe como é…
- À propósito. Ele me levou para dar uma espiadinha no futuro. Dois mil e pouquinho. Sua teoria está sendo muito usada lá. Utilizam para cálculos em telecomunicações, viagens espaciais, laboratórios de pesquisa e muito mais. Parabéns.
- Obrigado. – respondeu Einstein, satisfeito.
- Ah, já ia me esquecendo. Tem outra teoria que está fazendo muito sucesso por lá. Chamam de teoria das supercordas. E ao que tudo indica a sua teoria geral é um caso particular desta.

E, virando as costas, Newton se afasta, com um sorriso debochado no rosto, como a dizer – sua teoria também não é completa.
Einstein, encucado, observando Newton se afastar, exclama para si mesmo:
- Hum! Há séculos aqui e nem harpa aprendeu a tocar ainda.

Escrito por Belmiro Wolski e editado por Pedro Cornélio